Ouviram-se
tiros, e então o pavor começou novamente. Será que tudo ia acontecer de novo?
Aqueles policiais, aquela insegurança, aqueles gritos, aquele choro... Enfim,
todo aquele sofrimento?
- Amor, o
Fernando me mandou uma mensagem dizendo que está aqui no teu prédio. Vou lá ver
ele. – disse Colin.
- Tá bom, mas
cuide-se. – eu falei com medo.
Abri a porta
para o meu namorado, confesso que eu estava tremendo tanto que mal podia sentir
minhas pernas, olhei para ele como se fosse a última vez. Como se fosse um
adeus.
Colin foi
descendo as escadas, do terceiro andar até chegar no primeiro andar, ele olhava
para todos os lados, suava frio. Chegou ao seu destino, apartamento 02, a porta
estava aberta e a luz acessa. Ele entrou, olhou cada detalhe, parede branca,
casa sem muitos móveis na sala: um sofá, uma televisão, um rádio, havia também
uma porta que levava para a cozinha. Porém, o olhar de Colin foi desviado
daquela porta de madeira e parou no chão. Sentiu um vento tocar seu pescoço ao
ver aquela cena, então contou: um, dois, três.
Dez minutos se
passaram e então ouvi um barulho, era uma mensagem que havia chegado no meu
celular que dizia: Tem três corpos mortos aqui embaixo no primeiro andar, no
apartamento 02. Era Colin que havia se deparado com a cena do crime... Mais um
crime.
Colin
continuou andando atravessou a sala e chegou no corredor havia mais um corpo,
entrou em um dos quartos e lá estava Fernando, quase irreconhecível, com o
rosto e o corpo todo desconfigurado. Os olhos de Colin ficaram vermelhos em
fração de segundos, se encheram de lágrimas e ele foi tomado por um sentimento
misto de tristeza, angústia e raiva.
A angústia
tomava conta de mim, que namorado que eu tinha, ele estava em um campo de
batalha com vários soldados feridos e não me mandava notícias. Foi então que
meu celular tocou, era Colin.
- Alô Camila,
eu estou subindo, preciso falar com você.- ouvi, pelo telefone, Colin subindo
as escadas- Abre a porta que eu cheguei.- concluiu Colin.
Confesso que tive medo de abrir a porta ver meu namorado levando um tiro e caindo nos meus braços, eu até imaginei esta cena. Mas eu estava com tanto medo de deixar ele no corredor do prédio que eu abri a porta rapidamente.
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