quinta-feira, janeiro 13

Trecho

Finalmente dobraram em uma esquina de uma rua sem saída, era mais escuro do que os lugares que haviam passado, pois parecia quase inabitável e estava cheio de casarões antigos, como aqueles de filmes, construções influenciadas pela arquitetura européia, deixando o lugar sombrio e ao mesmo tempo maravilhoso.
Andaram alguns metros e chegaram á um terreno baldio onde Sophia parou e olhando para Joseph disse:
- É aqui, chegamos.
- Como assim? Um terreno baldio Sophia? – disse Joseph indignado.
- Claro. – disse Sophia procurando algo dentro de sua bolsa. - Ai, eu não acho; e agora? Quem poderá nos salvar? – Sophia olhou para Joseph rindo esperando ouvir de sua boca, as palavras mágicas: Eu! O Chapolin Colorado.
Porém não foi o que aconteceu, Joseph parecia brabo e com uma cara zangada disse:
- Meu Deus Sophia, eu não acredito que você me trouxe até esse lugar para rir de mim.
Ela não deu ouvidos a ele e continuava a procurar algo em sua bolsa, quando exclamou:
-Achei!
Sophia tirou de sua bolsa uma chave dourada e grande, iguais às chaves dos filmes americanos, aqueles filmes onde a neve encobre as casas mais bonitas e o frio congela o ar formando cristais nas janelas.
- Vamos, Joseph, já que chegamos até aqui, não vamos parar neste terreno baldio, a menos que...
- A menos que o que Sophia? – interrompeu Joseph
- Deixa pra lá, sabes que sou neurótica. Mas esse cenário aqui é perfeito já percebeu? Terreno baldio, rua sem saída e quase inabitável, luzes apagadas... Nunca ninguém iria descobrir nada se eu fizesse algo com você. – disse ela com um ar maléfico.
- O que você está falando garota? – disse ele indignado – Está louca?
- É honey, nunca ninguém descobrirá nada do que eu fiz esta noite, meu plano finalmente vai dar certo.
Sophia empurrou Joseph contra a parede e mesmo que ele fosse mais forte e maior que ela, conseguiu domina-lo (na verdade foi mais fácil do que ela imaginava já que Joseph estava segurando um cigarro com uma mão e com a outra uma sacola plástica com bebidas) e beijou-o com uma força e uma vontade como nunca havia feito antes. Depois, dando um passo para trás passou a mão em seus próprios lábios como quem retoca o batom e finalizou:
- Sou neurótica e compulsiva, dois adjetivos essenciais para uma psicopata, mas querido, não sou tão louca a ponto de fazer algo ruim com você, a menos que você ache que estar ao meu lado seja ruim, mas aí não posso fazer nada.
- Estar ao seu lado é muito bom. – disse Joseph rindo e recuperando-se do susto.