quarta-feira, novembro 9

Chá de sumiço.

O tempo passa, nada modifica. Ela tenta encontrar sorrisos em meio a cafeína, nictoina, anfetamina. É tudo em vão.
Gostaria de fechar os olhos e acordar em um outro mundo, que fosse só dela, porque em seu mundo de faz de conta ela consegue ter a sensação de que as pessoas são realmente amáveis. Ela consegue perceber que as pessoas se preocupam realmente com ela, ou pelo menos tem a sensação de que isso acontece de verdade, e de que as pessoas não são somente bonecos móveis que andam de um lado para o outro como se correr contra um tempo invisível as fizessem ser alguém melhor, como se tudo isso bastasse para que elas existam.
Ela abre os olhos tudo está do mesmo jeito, ela toma um gole de chá de sumiço, sente o gosto do esquecimento, mas vê a cor da iniciativa misturada com a esperança. Esperança esta de que um dia ela largue cafeína, nicotina, anfetamina e seus chás de sumiço, para que enfim se torne alguém melhor.

segunda-feira, fevereiro 14

Café, música e saudade

A saudade me domina. Esta música só me faz pensar em você. Tomo uma xícara de café para tentar amenizar esta dor e esta angústia em meu peito, mas infelizmente só cafeína não basta, preciso de algo mais forte, algo tão forte quanto o teu amor. Preciso te ver, te sentir, te ouvir, te beijar. Quero segurar tuas mãos, contornar tua boca com meus dedos, passar a mão pelo teu cabelo, te abraçar, ver teus olhos olhando para os meus, sentir teu jeito tão doce e suave novamente. A saudade é imensa, mas o amor e o desejo de te encontrar são bem maiores. E tenho certeza que se tu soubesse como me sinto, estaria aqui comigo agora. Je T'aime.

quinta-feira, janeiro 13

Trecho

Finalmente dobraram em uma esquina de uma rua sem saída, era mais escuro do que os lugares que haviam passado, pois parecia quase inabitável e estava cheio de casarões antigos, como aqueles de filmes, construções influenciadas pela arquitetura européia, deixando o lugar sombrio e ao mesmo tempo maravilhoso.
Andaram alguns metros e chegaram á um terreno baldio onde Sophia parou e olhando para Joseph disse:
- É aqui, chegamos.
- Como assim? Um terreno baldio Sophia? – disse Joseph indignado.
- Claro. – disse Sophia procurando algo dentro de sua bolsa. - Ai, eu não acho; e agora? Quem poderá nos salvar? – Sophia olhou para Joseph rindo esperando ouvir de sua boca, as palavras mágicas: Eu! O Chapolin Colorado.
Porém não foi o que aconteceu, Joseph parecia brabo e com uma cara zangada disse:
- Meu Deus Sophia, eu não acredito que você me trouxe até esse lugar para rir de mim.
Ela não deu ouvidos a ele e continuava a procurar algo em sua bolsa, quando exclamou:
-Achei!
Sophia tirou de sua bolsa uma chave dourada e grande, iguais às chaves dos filmes americanos, aqueles filmes onde a neve encobre as casas mais bonitas e o frio congela o ar formando cristais nas janelas.
- Vamos, Joseph, já que chegamos até aqui, não vamos parar neste terreno baldio, a menos que...
- A menos que o que Sophia? – interrompeu Joseph
- Deixa pra lá, sabes que sou neurótica. Mas esse cenário aqui é perfeito já percebeu? Terreno baldio, rua sem saída e quase inabitável, luzes apagadas... Nunca ninguém iria descobrir nada se eu fizesse algo com você. – disse ela com um ar maléfico.
- O que você está falando garota? – disse ele indignado – Está louca?
- É honey, nunca ninguém descobrirá nada do que eu fiz esta noite, meu plano finalmente vai dar certo.
Sophia empurrou Joseph contra a parede e mesmo que ele fosse mais forte e maior que ela, conseguiu domina-lo (na verdade foi mais fácil do que ela imaginava já que Joseph estava segurando um cigarro com uma mão e com a outra uma sacola plástica com bebidas) e beijou-o com uma força e uma vontade como nunca havia feito antes. Depois, dando um passo para trás passou a mão em seus próprios lábios como quem retoca o batom e finalizou:
- Sou neurótica e compulsiva, dois adjetivos essenciais para uma psicopata, mas querido, não sou tão louca a ponto de fazer algo ruim com você, a menos que você ache que estar ao meu lado seja ruim, mas aí não posso fazer nada.
- Estar ao seu lado é muito bom. – disse Joseph rindo e recuperando-se do susto.