quarta-feira, novembro 9

Chá de sumiço.

O tempo passa, nada modifica. Ela tenta encontrar sorrisos em meio a cafeína, nictoina, anfetamina. É tudo em vão.
Gostaria de fechar os olhos e acordar em um outro mundo, que fosse só dela, porque em seu mundo de faz de conta ela consegue ter a sensação de que as pessoas são realmente amáveis. Ela consegue perceber que as pessoas se preocupam realmente com ela, ou pelo menos tem a sensação de que isso acontece de verdade, e de que as pessoas não são somente bonecos móveis que andam de um lado para o outro como se correr contra um tempo invisível as fizessem ser alguém melhor, como se tudo isso bastasse para que elas existam.
Ela abre os olhos tudo está do mesmo jeito, ela toma um gole de chá de sumiço, sente o gosto do esquecimento, mas vê a cor da iniciativa misturada com a esperança. Esperança esta de que um dia ela largue cafeína, nicotina, anfetamina e seus chás de sumiço, para que enfim se torne alguém melhor.

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